Real digital: como funciona a moeda digital brasileira?

No dia 24 de maio de 2021, o Banco Central divulgou o lançamento das diretrizes gerais para a produção do real digital.

A grande ideia do desenvolvimento desta moeda virtual, é quanto a redução de gastos em operações transacionárias, além de garantir mais possibilidades para os consumidores realizarem seus pagamentos.

Isto é, é possível realizar pagamentos tanto na internet, quanto em lojas físicas – sem a necessidade de estar conectado à uma internet para ter acesso a esta funcionalidade.

Apesar desta ideia ser uma novidade para muitos brasileiros, de fato, ela não é tão nova como se pensa.

Um ano após o comunicado do Banco Central, o Bahamas já tinha lançado a primeira moeda digital do país, bem como, em 2021, a China também entrou na disputa para lançar a sua própria moeda digital.

Agora, que tal conhecer mais sobre o real digital lançado pelo Banco Central? Neste artigo, te daremos todo o suporte para que você aprenda mais sobre ele, e até sua relação com as criptomoedas. Bora ver?

Afinal, o que é o Real Digital Brasileiro?

Já faz um tempo desde que o real digital foi anunciado, mas a aposta deste novo ativo financeiro vem sendo elaborado desde agosto de 2020 – data em que o Banco Central contou com o apoio de um grupo de especialistas para o desenvolvimento desta nova moeda.

Um pouco mais à frente, já em maio de 2021, o BC divulgou uma lista de diretrizes gerais sobre o seu desenvolvimento.

Além de estabelecer o cumprimento de alguns seminários dirigidos ao público com o objetivo de esclarecer algumas questões relevantes sobre a nova moeda.

Real digital: como funciona a moeda digital brasileira?

O real digital, como o próprio nome sugere, pode ser definido como uma moeda digital, isto é, ser utilizado como as moedas virtuais disponíveis no mercado, tais como o Bitcoin.

A única diferença – apesar de ser uma concorrente direta as moedas virtuais – é que esta não funciona como as criptomoedas que já existem no mercado, pois a moeda é integrada ao real tradicional.

Também é válido lembrar que esta moeda pode não refletir o real valor da moeda nacional, ou seja, não há uma equivalência quando falamos propriamente sobre o valor da moeda digital, quanto à tradicional.

Sendo assim, ambas podem equivaler ao mesmo valor, tanto quanto haver divergências de preço entre elas.

Outro ponto da moeda digital é quanto aos saques bancários, diante disso, é possível converter o real digital em cédulas em dinheiro de mesmo valor – mesmo de anteriormente estarem em formato digital.

E não para por aí, a moeda digital brasileira também permite os depósitos bancários através de sistemas de transações como o PIX e o TED.

Quais as Diferenças Entre Real Digital e as Criptomoedas?

Uma das principais diferenças entre a moeda digital brasileira e as criptomoedas, é que, de uma forma geral, as criptos não possuem ligação alguma com instituições bancárias ou governos.

Em contrapartida, o real digital possui ligação direta com a moeda nacional, isto é, o real.

Portanto, a moeda digital brasileira não pode ser reconhecida como criptomoeda, justamente porque ela é apenas uma extensão do real, nada mais que isso.

Além do mais, é o próprio Banco Central que fica a cargo da distribuição do real digital e custodiado pelos bancos comerciais do país, diferentemente das criptomoedas que não passam por esta operação.

Isso significa que na hora de realizar qualquer tipo de transferência bancária de uma conta para outra – entre duas pessoas – é o sistema bancário que ficará responsável por essa mediação, ou seja, o dinheiro permanece dentro destas instituições.

Portanto, a proposta do Banco Central é reduzir crimes como lavagem de dinheiro, que ocorrem constantemente com as cédulas em dinheiro.

Uma vez que o saldo se encontra dentro do sistema bancário, existe uma maior chance de reduzir crimes ilegais, e até mesmo o rastreamento de dinheiro que possam envolver operações ilícitas.

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Como Funciona a moeda Real Digital brasileira?

Como já mencionamos, o real digital funciona como uma extensão do dinheiro tradicional, ou seja, ele opera como o próprio real, porém com algumas diferenças básicas.

Além disso, é o sistema bancário que fica encarregado de custodiar este saldo, sendo que é o Banco central responsável pela sua distribuição a estas instituições.

Por isso, a grande vantagem de lidar com esta moeda, é quanto a dinâmica de custódia que difere da moeda tradicional.

Uma vez que a moeda tradicional se encontra dentro de uma determinada rede bancária, esta poderá realizar transações com o saldo presente na conta dos seus clientes para outros clientes, tais como conceder empréstimos.

Só por esta razão, a moeda convencional se torna mais arriscada do que a própria moeda digital, pois ele está ligado aos riscos de quebra de banco, diferente do real digital.

Resumindo, a possibilidade de perder o real digital alocado dentro da sua conta, só acontecerá em casos do país quebrar, por exemplo.

Estes riscos são considerados baixos se comparado a outros do mercado, como quando uma instituição bancária fali.

Dessa forma, você tem total garantia de que não irá perder o dinheiro tão fácil quanto pode pensar.

Sem contar que pode escolher entre usar o dinheiro tradicional e correr riscos da instituição quebrar ou usar o dinheiro digital, e correr apenas os riscos soberanos que remetem ao país e ao próprio Banco Central.

Sendo assim, o real digital se estabelece em quatro características distintas, que são:

  • Integração com sistemas de pagamentos atuais: isto é, facilidade para pagar contas em loja – seja offline ou online –, facilidade de transferência para outras contas, etc.;
  • Distribuição de capital intermediada por instituições bancárias: isto é, a moeda digital brasileira fica alocada em carteiras virtuais de bancos ou fintechs;
  • Conexão com outros bancos: neste caso, se faz possível realizar – praticamente – qualquer tipo de transação em bancos centrais de outros países;
  • Mais tecnologia: com o acesso ao dinheiro de modo totalmente virtual, as operações tendem se tornar cada vez mais otimizadas, além da criação de tecnologias que sejam eficientes para uma economia de qualidade.

O Mercado de Moedas Digitais no Mundo

Não só no Brasil, as moedas digitais também se tornaram opções viáveis para facilitar a vida da população e até mesmo para evitar crimes ilegais, tendência essa planejada até mesmo por países como Estados Unidos, Coréia do Sul e Suécia.

No entanto, países como China e Bahamas já haviam lançado estas moedas bem antes desta alta demanda – O Young Digital lançado no começo de 2021 pela China, e o Sand Dollar lançado em outubro de 2020 pelo Bahamas.

Real digital: como funciona a moeda digital brasileira?

A ideia central da digitalização destas moedas, se refere às mudanças constantes do mercado financeiro que vem cada dia mais se tornando digital.

Além do mais, este será um passo fundamental para o desenvolvimento de novas tecnologias e ferramentas que ajudem no gerenciamento de capital.

Quais são os Verdadeiros Impactos do Real Digital?

São diversos os impactos que ocorrem com a chegada da moeda digital brasileira, isso porque ainda existem muitas limitações relacionadas à própria população que muitas vezes não contam com o total acesso à internet para realizar simples transações.

Além do que, as próprias instituições bancárias devem se adequar à maneira como operam com a moeda digital, uma vez que, a moeda tradicional é a base de todo setor financeiro.

Quem sai ganhando é justamente a população, que não terá mais de se preocupar como o dinheiro é utilizado pelas agências bancárias que alocam o dinheiro de seus clientes e podem usar como bem entendem.

Tudo isso gera mais comodidade e segurança para o seu bolso que é o primeiro impactado por esta nova gestão.

A má notícia, no entanto, é para aquelas pessoas que costumam deixar o dinheiro parado dentro da conta poupança; com as moedas digitais, garantir uma certa rentabilidade – mesmo que pequena – não será mais possível.

Além do mais, entram também outras questões nessa bagagem, como os riscos destas moedas para o sistema financeiro brasileiro, uma vez que se elas forem “criadas do nada”, podem comprometer toda economia do país.

Entretanto, não se preocupe, esta é apenas uma suposição, e não há nada que garanta que estas situações possam ocorrer, OK?

E indo mais adiante, está a violação de privacidade, que se torna mais presente nas vidas das pessoas, visto que através de cada operação realizada com o real digital, o governo terá acesso a cada uma desses registros.

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Conclusão

O Real digital ainda é uma inovação bem recente, o que faz dela ainda ser passível de diversas mudanças ao longo do tempo.

Portanto, ainda não é possível determinar como será na prática os próximos passos desta nova moeda em nossa economia.

Porém, é certo dizer que a forma de lidar com a economia no Brasil tem mudado a cada segundo, e os próximos passos estarão cada vez mais ligados a tecnologias eficientes e a acessibilidade – que são tão importantes nessa nova era.

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