O que é spread e como usar no mercado financeiro?

Spread é um termo que investidores já ouviram em algum momento. Para aqueles que são familiares ao conceito de arbitragem, é mais provável ainda que já tenham ouvido falar. O termo em inglês e o conceito de arbitragem estão intimamente ligados.

Contudo, é importante ter em mente que o spread do mercado financeiro não é o mesmo que spread bancário. Além disso, também não é o mesmo spread da renda fixa. Na verdade, o spread do mercado de criptomoedas é peculiar e difere um pouco do spread do mercado tradicional.

Apesar de ser um conceito simples, novos investidores podem se confundir com questões envolvendo o termo. Quando o assunto envolve arbitragem então, é possível que boa parte dos investidores não consiga visualizar com facilidade. Desta forma, se você está estudando sobre o assunto e não consegue visualizar, este texto vai te explicar de forma fácil o que é spread. Aqui você verá os seguintes pontos de forma detalhada e prática:

  • O que é spread: uma explicação sobre seu significado e algumas de suas implicações;
  • Diferentes tipos de spread: para você não confundir catraca de canhão com conhaque de alcatrão, vamos diferenciar os tipos mais comuns que existem;
  • Relação de spread e arbitragem: uma explicação simples sobre como os dois se relacionam.

Spread: o que é e qual seu significado?

De forma simples e direta, o termo spread é utilizado quando há uma divergência de valores. Ela pode ser usada no mercado financeiro tradicional, no mercado de criptomoedas ou até mesmo em um contexto bancário. Embora o termo sempre signifique divergência de valores, suas nuances mudam de acordo com o contexto.

O que é spread e como usar no mercado financeiro?

Desta forma, no contexto bancário, o spread diferencia se um empréstimo é vantajoso ou não. Enquanto isso, no mercado de criptomoedas, o termo tem um significado que envolve lucro ou prejuízo. O significado do mercado financeiro tradicional, apesar de parecido, não é o mesmo. Ou seja, o contexto é importante quando estamos falando desse assunto.

Spread bancário

O spread bancário diz respeito à diferença entre o que é pago por um banco de juros a um investidor e os juros cobrados em um empréstimo. Um triste exemplo: se um produto de um banco paga 3% sobre o valor investido, e o mesmo banco cobra 20% em um empréstimo, o spread é de 17%. Essa diferença é mais importante para o banco do que para o cliente, uma vez que ele é usado para calcular quanto o banco lucra com suas operações.

Outro tipo de spread que também pode ser vinculado ao contexto bancário é o spread de moeda fiduciária. Por exemplo, digamos que João está no Brasil e quer enviar US$ 500 para Maria, que está nos Estados Unidos. Usando seu banco, além das infindáveis taxas transacionais, João também paga o spread da moeda. Ou seja, a diferença de preço entre ambas as moedas fiduciárias.

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Spread no mercado financeiro tradicional

No mercado financeiro tradicional, o spread já é interpretado de forma diferente. Trata-se da diferença entre o menor preço de venda de uma ação e seu maior preço de compra. Exemplificando: se uma ação X é vendida por R$ 100 e seu menor preço de compra é R$ 85, observa-se um spread de R$ 15.

Entretanto, a particularidade do termo nesse sentido diz respeito à arbitragem. No mercado financeiro tradicional, o livro de ofertas é “único”, pertencente à Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia e vinculada ao trader pelo seu CPF. Nesse contexto, a arbitragem se dá quando um mesmo ativo pode ser comercializado em mercados diferentes.

Spread no mercado de criptomoedas

Assim como no mercado tradicional, o spread no mercado de criptomoedas também diz respeito à divergência nos preços de compra e venda de uma criptomoeda. Todavia, diferente do mercado financeiro tradicional, uma mesma criptomoeda pode ser arbitrada em diferentes livros de ofertas. Desta forma, essa diferença varia entre corretoras, com base no preço de compra de uma exchange e o preço de venda de outra plataforma de negociações.

O que é spread e como usar no mercado financeiro?

Então, não é errado dizer que a principal diferença entre o spread do mercado de criptomoedas e o mercado financeiro tradicional é a arbitragem. No mercado de criptomoedas, ela pode ser feita de forma mais flexível utilizando uma mesma criptomoeda. Vale um rápido resumo dos principais tipos:

  • Spread bancário: principalmente utilizado pelo banco, trata-se da diferença entre os juros cobrados sobre um empréstimo e os juros pagos nos investimentos feitos através do mesmo banco. Além disso, também está ligado com remessas internacionais de valores;
  • Spread no mercado financeiro tradicional: diferença entre o menor preço de venda e o maior preço de compra de um ativo em um livro de ofertas;
  • Spread no mercado de criptomoedas: semelhante ao do mercado financeiro tradicional, mas se diferencia quando envolve arbitragem.

O que é arbitragem?

A arbitragem, especialmente com criptomoedas, tem no spread um de seus pilares. Para simples compreensão, arbitragem é a prática na qual um ativo é comprado em um mercado e vendido em outro. No caso das criptomoedas, trata-se da prática na qual uma criptomoeda é adquirida em uma exchange e vendida em outra.

Entretanto, não basta apenas comprar e vender. É necessário comprar em um preço e vender por um preço maior. A diferença entre os preços, é o lucro obtido pelo trader. Um exemplo de fácil entendimento: um trader compra 1 Bitcoin na Corretora A por R$ 150.000. Ele então descobre que 1 Bitcoin está sendo comprado na Corretora B por R$ 152.000. Nesse caso, o trader pratica arbitragem e vende o Bitcoin na Corretora B, lucrando R$ 2.000.

É importante ressaltar que o exemplo acima não usou diversas variáveis que devem ser levadas em consideração ao praticar a arbitragem. Taxas de depósito e saque, bem como as taxas de compra e venda, devem sempre ser consideradas nessas operações. Esta é a única forma de garantir que o spread entre os preços seja realmente atrativo.

Arbitragem é, em suma, uma das formas de operar no mercado de criptomoedas. É válido ressaltar que ela apresenta menos riscos em relação a outras práticas de trading. No entanto, é importante frisar que, além de encontrar taxas atrativas, os praticantes de arbitragem devem estar sempre atentos ao mercado de criptomoedas. Por ser um mercado dinâmico, trata-se de uma atividade complexa.

Relação de spread e arbitragem

Como é possível observar, o spread é fundamental quando se fala em arbitragem. Para que haja oportunidades de arbitragem, é necessário antes observar o spread. Somente quando ele é atrativo, é possível responder se uma operação de arbitragem vale ou não a pena. 

É possível dizer, então, que a relação entre os dois termos é íntima. Mais ainda quando se fala de criptomoedas. Ainda, quando o assunto é trade, arbitragem e spread caminham de mãos dadas. É importante para o trader que deseja viver dessa atividade uma ferramenta capaz de acompanhar os preços em diferentes livros de ofertas.

Para que a arbitragem seja possível, conforme foi visto neste texto, é necessário que haja um entendimento sobre spread. Apenas entendendo a relação entre os preços é possível realizar uma operação de arbitragem lucrativa. Então, vale a pena lembrar:

  • Diferença entre o menor preço de venda e maior preço de compra: no mercado de criptomoedas, compre uma criptomoeda por um preço e venda em outra corretora por um preço maior;
  • Mesmo mercado, preços diferentes: diferente do mercado tradicional, uma mesma criptomoeda pode ser arbitrada quando se fala em moedas digitais, desde que se use corretoras diferentes;
  • Não confunda: sempre quando o assunto for spread, pergunte o contexto. Conforme foi mostrado, ele faz toda a diferença.